Simulado ENEM
TEXTO I
Onde está a honestidade?
Você tem palacete reluzente
Tem joias e criados à vontade
Sem ter nenhuma herança ou parente
Só anda de automóvel na cidade…
E o povo pergunta com maldade:
Onde está a honestidade?
Onde está a honestidade?
O seu dinheiro nasce de repente
E embora não se saiba se é verdade
Você acha nas ruas diariamente
Anéis, dinheiro e felicidade…
Vassoura dos salões da sociedade
Que varre o que encontrar em sua frente
Promove festivais de caridade
Em nome de qualquer defunto ausente…
Você tem palacete reluzente
Tem joias e criados à vontade
Sem ter nenhuma herança ou parente
Só anda de automóvel na cidade…
E o povo pergunta com maldade:
Onde está a honestidade?
Onde está a honestidade?
O seu dinheiro nasce de repente
E embora não se saiba se é verdade
Você acha nas ruas diariamente
Anéis, dinheiro e felicidade…
Vassoura dos salões da sociedade
Que varre o que encontrar em sua frente
Promove festivais de caridade
Em nome de qualquer defunto ausente…
ROSA, N. Disponível em: http://www.mpbnet.com.br.
Acesso em: abr. 2010.
Acesso em: abr. 2010.
TEXTO II
Um vulto da história da música popular
brasileira, reconhecido nacionalmente, é Noel Rosa. Ele nasceu em 1910,
no Rio de Janeiro; portanto, se estivesse vivo, estaria completando 100
anos. Mas faleceu aos 26 anos de idade, vítima de tuberculose, deixando
um acervo de grande valor para o patrimônio cultural brasileiro. Muitas
de suas letras representam a sociedade contemporânea, como se tivessem
sido escritas no século XXI.
Disponível em: http://www.mpbnet.com.br. Acesso em: abr. 2010.
Um texto pertencente ao patrimônio
literário-cultural brasileiro é atualizável, na medida em que ele se
refere a valores e situações de um povo. A atualidade da canção Onde
está a honestidade?, de Noel Rosa, evidencia-se
por meio
por meio
A) da ironia, ao se referir ao enriquecimento de origem duvidosa de alguns.
B) da crítica aos ricos que possuem joias, mas não têm herança.
C) da maldade do povo a perguntar sobre a honestidade.
D) do privilégio de alguns em clamar pela honestidade.
E) da insistência em promover eventos beneficentes.
B) da crítica aos ricos que possuem joias, mas não têm herança.
C) da maldade do povo a perguntar sobre a honestidade.
D) do privilégio de alguns em clamar pela honestidade.
E) da insistência em promover eventos beneficentes.
A | B | C | D | E |
Pequeno concerto que virou canção
Não, não há por que mentir ou esconder
A dor que foi maior do que é capaz meu coração
Não, nem há por que seguir cantando só para explicar
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar
Ah, eu vou voltar pra mim
Seguir sozinho assim
Até me consumir ou consumir toda essa dor
Até sentir de novo o coração capaz de amor
A dor que foi maior do que é capaz meu coração
Não, nem há por que seguir cantando só para explicar
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar
Ah, eu vou voltar pra mim
Seguir sozinho assim
Até me consumir ou consumir toda essa dor
Até sentir de novo o coração capaz de amor
VANDRÉ, G. Disponível em: http://www.letras.terra.com.br. Acesso em: 29 jun. 2011.
Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a
manifestação da função poética da linguagem, que é percebida na
elaboração artística e criativa da mensagem, por meio de combinações
sonoras e rítmicas. Pela análise do texto, entretanto, percebe-se,
também, a presença marcante da função emotiva ou expressiva, por meio da
qual o emissor
A) imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus sentimentos.
B) transmite informações objetivas sobre o tema de que trata a canção.
C) busca persuadir o receptor da canção a adotar um certo comportamento.
D) procura explicar a própria linguagem que utiliza para construir a canção.
E) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensagem veiculada.
A | B | C | D | E |
Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando
e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfiro, acompanhado pelo violão do Firmo,
romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música crioula
para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas
bravas. E seguiram-se outra notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos
que soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como
cobras numa floresta incendiada; eram ais convulsos, chorados em frenesi de amor: música feita de beijos e
soluços gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo.
AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento).
No romance O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo, as personagens são observadas como elementos coletivos
caracterizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre
brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois
A) destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas.
B) exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português inexpressivo.
C) mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português.
D) destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza dos portugueses.
E) atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instrumentos musicais.
A | B | C | D | E |
TEXTO I
O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias,
mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias,
mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
MELO NETO, J. C. Obra completa.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 (fragmento).
Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 (fragmento).
TEXTO II
João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio,
transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o Capibaribe, também
segue no caminho do Recife. A autoapresentação do personagem, na fala
inicial do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define,
menos se individualiza, pois seus traços biográficos são sempre
partilhados por outros homens.
SECCHIN, A. C. João Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999 (fragmento).
Com base no trecho de Morte e Vida Severina
(Texto I) e na análise crítica (Texto II), observa-se que a relação
entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referência
aponta para um problema social expresso literariamente pela pergunta
“Como então dizer quem fala / ora a Vossas Senhorias?“. A resposta à
pergunta expressa no poema é dada por meio da
A) descrição minuciosa dos traços biográficos do personagem-narrador.
B) construção da figura do retirante nordestino como um homem resignado com a sua situação.
C) representação, na figura do personagem-narrador, de outros Severinos que compartilham sua condição.
D) apresentação do personagem-narrador como uma projeção do próprio poeta, em sua crise existencial.
E) descrição de Severino, que, apesar de humilde, orgulha-se de ser descendente do coronel Zacarias.
A | B | C | D | E |
Quem é pobre, pouco se apega,
é um giro-o-giro no vago dos gerais, que nem os pássaros de rios e
lagoas. O senhor
vê: o Zé-Zim, o melhor meeiro meu aqui, risonho e habilidoso.
Pergunto: — Zé-Zim, por que é que você não cria galinhas-d‘angola, como
todo o mundo faz? — Quero criar nada não… — me deu resposta: — Eu gosto
muito de mudar… […] Belo um dia, ele tora. Ninguém discrepa. Eu, tantas,
mesmo digo. Eu dou proteção. […] Essa não faltou também à minha mãe,
quando eu era menino, no sertãozinho de minha terra. […] Gente melhor do
lugar eram todos dessa família Guedes, Jidião Guedes; quando saíram de
lá, nos trouxeram junto, minha mãe e eu. Ficamos existindo em território
baixio da Sirga, da outra banda, ali onde o de-Janeiro vai no São
Francisco, o senhor sabe.
ROSA, J. G. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: José Olympio (fragmento).
Na passagem citada, Riobaldo expõe uma situação
decorrente de uma desigualdade social típica das áreas rurais
brasileiras marcadas pela concentração de terras e pela relação de
dependência entre agregados e fazendeiros. No texto, destaca-se essa
relação porque o personagem-narrador
A) relata a seu interlocutor a história de
Zé-Zim, demonstrando sua pouca disposição em ajudar seus agregados, uma
vez que superou essa condição graças à sua força de trabalho.
B) descreve o processo de transformação de um meeiro — espécie de agregado — em proprietário de terra.
C) denuncia a falta de compromisso e a desocupação dos moradores, que pouco se envolvem no trabalho da terra.
D) mostra como a condição material da vida do
sertanejo é dificultada pela sua dupla condição de homem livre e, ao
mesmo tempo, dependente.
E) mantém o distanciamento narrativo condizente com sua posição social, de proprietário de terras.
A | B | C | D | E |
O hipertexto refere-se à
escritura eletrônica não sequencial e não linear, que se bifurca e
permite ao leitor
o acesso a um número praticamente ilimitado de outros textos a
partir de escolhas locais e sucessivas, em tempo
real. Assim, o leitor tem condições de definir
interativamente o fluxo de sua leitura a partir de assuntos
tratados no texto sem se prender a uma sequência fixa ou a
tópicos estabelecidos por um autor. Trata-se de
uma forma de estruturação textual que faz do leitor
simultaneamente coautor do texto final. O hipertexto se
caracteriza, pois, como um processo de escritura/leitura
eletrônica multilinearizado, multissequencial e indeterminado,
realizado em um novo espaço de escrita. Assim, ao permitir
vários níveis de tratamento de um tema,
o hipertexto oferece a possibilidade de múltiplos graus de
profundidade simultaneamente, já que não tem
sequência definida, mas liga textos não necessariamente
correlacionados.
MARCUSCHI, L. A. Disponível em: http://www.pucsp.br. Acesso em: 29 jun. 2011.
O computador mudou nossa maneira de ler e escrever, e o hipertexto pode ser considerado como um novo
espaço de escrita e leitura. Definido como um conjunto de blocos autônomos de texto, apresentado em meio
eletrônico computadorizado e no qual há remissões associando entre si diversos elementos, o hipertexto
A) é uma estratégia que, ao possibilitar caminhos totalmente abertos, desfavorece o leitor, ao confundir os
conceitos cristalizados tradicionalmente.
B) é uma forma artificial de produção da escrita, que, ao desviar o foco da leitura, pode ter como consequência
o menosprezo pela escrita tradicional.
C) exige do leitor um maior grau de conhecimentos prévios, por isso deve ser evitado pelos estudantes nas
suas pesquisas escolares.
D) facilita a pesquisa, pois proporciona uma informação específica, segura e verdadeira, em qualquer site de
busca ou blog oferecidos na internet.
E) possibilita ao leitor escolher seu próprio percurso de leitura, sem seguir sequência predeterminada, constituindo-
se em atividade mais coletiva e colaborativa.
( A ) ( B ) ( C ) ( D ) ( E )
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